Bem, essa perfeição eu não poderia deixar de postar aqui. Encontrei-o num dia desses, em meio a arquivos antigos, quando estava "fuçando" o meu pc. Nossa, quanto tempo faz que eu o li pela primeira vez! Lembro-me como se fosse hoje. Obrigada querido, pelo prazer que teus poemas nos proporcionam!!





ALMA BRANCA

Em tons cândidos e ingênuos...

eis a apetecível epifania pálida

das nuances

d’um corpo

delicado

de 19 anos.

A sua beleza bucólica assim, despida de vaidades, de cores alvejadas e forma imaculada, remonta às sutis brisas da primavera

que é o teu silêncio.

com rosto, cabelos...

com gestos a transgredir as mechas

(desordenando-as)

reza prediletamente em petições,

calmarias macilentas,

súplicas enamoradas,

por algo que a faça “transcender”

–Alma Branca.

no teu rosto,

manchas lívidas sobressaem das pálpebras inferiores, adornando sua pele frágil, terna e afetuosa...

– posso senti-la entre os dedos –

nada que impeça sua graça ariana de suscitar encantos, frêmitos e olhares dissolutos, daqueles que se prendem a admirar-te

(digno que sou).

De tua boca inocente,

contavam palavras mil... Dizia das torpezas da vida, das angústias e porfias,

do amor.

Sentada à sua maneira,

com rosto, cabelos...

com gestos a transgredir as mechas

(desordenando-as)

em suas vestes alvas, como as nuvens de verão ao sol,

- [que descem do busto aos tornozelos]

emoldura teu rígido corpo jovem, deixando sobressair tuas

delicadas

mãos leves

por sobre o altar da casa de compras.

Dos teus pés,

-formas em simetria perfeita-

obra dos Deuses da ciência do belo; dedos, polpa... calcanhares guarados de sutileza esbranquiçada, ressaltando a vida que corre em sobressaltos pulsantes das correias que unem teus pés às chinelas.

E por tantas vezes, palavras mil...

é que desta maneira, vagarosamente esquecia-se das proezas de outrora, das ânsias e angústias de um amanhã incerto...

Caminhas...

Volveia as asas para fora da janela em postura emancipada,

espia...

respira...

cintila...Vive!

Sente o ar lhe preencher os pulmões de vida, em um elevar de pernas, reflete a alma branca da consorte formosa com requintes de mulher

em um corpo

delicado

de 19 anos.

Sorri! e como o crepúsculo que invade as tardes das praias aquiescendo os mares de afabilidade, acalma os tormentos de minh’alma de forma

cuidadosamente

angelical.

É quando beija-me a face em sinal de adeus demorado, cobrindo de frêmitos este corpo já inconsolado por não tê-la, resvalando instintos ocultos de poeta maldito traduzidos em párvidas linhas hedionda... intragável interrogação:

hei de revê-la um dia?



[Giovane brito]

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